terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Dom Damasceno explica o que acontece após a renúncia de Bento XVI

O presidente da CNBB e arcebispo de Aparecida (SP), cardeal Dom Raymundo Damasceno, concedeu uma entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira, 11, sobre a apresentação da renúncia do Papa Bento XVI. O cardeal afirmou que o gesto do Papa foi de humildade e coragem.

“Humildade porque, sem dúvida, é uma missão importante na Igreja, fundamental e essencial. Um gesto de coragem por que pode dar a impressão às pessoas de que faltou-lhe decisão, espírito de sacrifício para continuar nesse ministério apesar das dificuldades que ele está sentindo e experimentando”, explicou.

Dom Raymundo ressaltou o desapego de Bento XVI do cargo e afirmou que o Papa tomou a decisão com liberdade e tranqüilidade. No entanto - destacou – "deve ter sido um gesto difícil, mas com sua consciência diante de Deus de ter cumprido o seu ministério até o dia 28 de fevereiro. Um ministério muito rico e frutuoso para toda Igreja.”

Jornada Mundial da Juventude

Com relação à vinda do Papa à Jornada Mundial da Juventude, o cardeal lembrou uma frase que o próprio Bento XVI mencionou a pouco tempo, dizendo: "O Papa estará na Jornada. Se não for eu, será meu sucessor." Dom Raymundo disse que era um desejo de muitos a vinda de Bento XVI ao evento, por conta da simpatia que o Pontífice adquiriu em meio aos jovens. Mas, reforçou que o Brasil espera o novo Papa com alegria.

Quanto às estruturas da JMJ, o cardeal afirmou que a data permanece fixa entre os dias 23 e 28 de julho, na cidade do Rio de Janeiro e com o tema relacionado à missão. Talvez, a programação sofra alguma modificação por conta do novo Papa, disse o Cardeal, mas nada de grande impacto.

Eleição do novo Pontífice

Para eleger o sucessor de Bento XVI será realizado um Conclave – reunião de todos cardeais do mundo, que acontece na Capela Sistina, no Vaticano e que tem duração indeterminada. Segundo Dom Damasceno, os cardeais que se reúnem para a eleição não são candidatos ao papado, no sentido de que alguém se apresente para ser eleito. “Acho que ninguém chega ao Conclave com a pretensão de ser Papa. Seria muita presunção da pessoa que assim pensasse”, afirmou.

A reunião para eleição de um Pontífice é um momento de muita oração, sublinhou o cardeal Damasceno, logo, todos precisam estar abertos para escolher o melhor para a Igreja e o mundo. Para a escolha do novo Papa, o cardeal acredita não serem observados critérios como nacionalidade, cor ou idade, desde que seja menor que 80 anos. "Acho que o espírito que anima a todos é de muita humildade, serviço e de abertura à vontade de Deus."

“Olhamos alguns critérios como experiência pastoral, o conhecimento da Santa Sé. Precisa ser uma pessoa com facilidade para o diálogo e a comunicação, logo, as línguas são importantes. É observada a vida da própria pessoa, sua espiritualidade, sua santidade de vida, sua capacidade de liderar a Igreja nos tempos de hoje. Mas, é na abertura ao Espírito que Deus nos levará a eleger o Papa”, esclareceu.

Do Brasil, cinco cardeais poderão participar do Conclave: Dom João Braz de Aviz, Prefeito da Congregação para os Religiosos; Dom Cláudio Hummes, Arcebispo Emérito de São Paulo; Dom Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo; Dom Geraldo Majella Agnelo, Arcebispo Emérito de Salvador e Dom Raymundo Damasceno, Arcebispo de Aparecida.

De acordo com o presidente da CNBB, o mundo passa por uma mudança de época e não uma época de mudanças. Neste tempo, os valores não são vividos como antigamente. Realidades como a família, o matrimônio, o diálogo inter-religioso, ecumenismo, a justiça no mundo e outros poderão ser uns dos desafios para o sucessor de Bento XVI.

Assembleia do Bispos no Brasil

Para o encontro que reunirá todos os bispos do Brasil, em abril deste ano, Dom Damasceno explica que não haverá mudanças. “Creio que esse Conclave não passará de um mês, portanto, a assembleia não sofrerá alterações.”

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Dom Moacir fala sobre renúncia do Papa Bento XVI

“Hoje, fomos surpreendidos com o anúncio da renúncia do Papa Bento XVI; isso não é comum, mas sua possibilidade está garantida no Código de Direito Canônico (cânon 322, parágrafo 2). Louvamos a Deus pelo rico pontificado do Santo Padre Bento XVI, por todo o bem que ele fez e continuará a fazer pela Igreja. Rogamos ao supremo Pastor da Igreja, Nosso Senhor Jesus Cristo, o novo pontífice no devido tempo.”

Dom Moacir Silva
Bispo Diocesano de São José dos Campos

Bento XVI anuncia sua renúncia como Papa

Caríssimos Irmãos,

"Convoquei-vos para este Consistório não só por causa das três canonizações, mas também para vos comunicar uma decisão de grande importância para a vida da Igreja. Depois de ter examinado repetidamente a minha consciência diante de Deus, cheguei à certeza de que as minhas forças, devido à idade avançada, já não são idôneas para exercer adequadamente o ministério petrino. Estou bem consciente de que este ministério, pela sua essência espiritual, deve ser cumprido não só com as obras e com as palavras, mas também e igualmente sofrendo e rezando. Todavia, no mundo de hoje, sujeito a rápidas mudanças e agitado por questões de grande relevância para a vida da fé, para governar a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor quer do corpo quer do espírito; vigor este, que, nos últimos meses, foi diminuindo de tal modo em mim que tenho de reconhecer a minha incapacidade para administrar bem o ministério que me foi confiado. Por isso, bem consciente da gravidade deste ato, com plena liberdade, declaro que renuncio ao ministério de Bispo de Roma, Sucessor de São Pedro, que me foi confiado pela mão dos Cardeais em 19 de Abril de 2005, pelo que, a partir de 28 de Fevereiro de 2013, às 20,00 horas, a sede de Roma, a sede de São Pedro, ficará vacante e deverá ser convocado, por aqueles a quem tal compete, o Conclave para a eleição do novo Sumo Pontífice.

Caríssimos Irmãos, verdadeiramente de coração vos agradeço por todo o amor e a fadiga com que carregastes comigo o peso do meu ministério, e peço perdão por todos os meus defeitos. Agora confiemos a Santa Igreja à solicitude do seu Pastor Supremo, Nosso Senhor Jesus Cristo, e peçamos a Maria, sua Mãe Santíssima, que assista, com a sua bondade materna, os Padres Cardeais na eleição do novo Sumo Pontífice. Pelo que me diz respeito, nomeadamente no futuro, quero servir de todo o coração, com uma vida consagrada à oração, a Santa Igreja de Deus".

Vaticano, 10 de Fevereiro de 2013.

Bento XVI

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Onde eu encontro sabedoria?

Conversando com pessoas sábias, buscando leitura espiritual e formação humana, sempre me impressionou a experiência de que a Sabedoria, na verdade, para quem é cristão, encontra-se na Cruz e no Cristo Crucificado.
Se tiver dúvidas sobre o que lhe indico agora, experimente demorar-se um pouco diante de um Crucifixo, deixando-se iluminar por uma nova compreensão dos fatos e de toda a vida. Se tiver coragem, permaneça o tempo que sua alma desejar!
Quando puder, conte-me os resultados!


Seu irmão,
Ricardo Sá

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Cardeal de SP fala sobre dinheiro recolhido pelas Igrejas no Brasil

Recentemente, apareceram na imprensa várias matérias e reflexões sobre o dinheiro recolhido pelas Igrejas no Brasil. São números que impressionam, se forem olhados sem o devido discernimento. Os valores globais divulgados e que teriam sido recolhidos “em nome de Igrejas” ao longo de um ano também incluem os da Igreja Católica; mas não aparecem discriminados e não se especificou o que se refere a cada grupo religioso em particular, o que leva a fazer juízos errôneos, sem as devidas distinções e considerações.

No caso da Igreja Católica, considerando o número de fiéis, a média da contribuição individual por fiel pode ser baixíssima. Há que se levar em conta que, no nosso caso, as contribuições são feitas “para a Igreja”, representada também civilmente por entidades e instituições que prestam contas à Receita Federal.

A pergunta que fica no ar é se isso acontece com todos os grupos religiosos, ou se as doações acabam beneficiando pessoalmente a quem as recolhe?

Há que se ver, ainda, a aplicação desses recursos e se perceberá qual é o volume de assistência e de benefícios sociais e culturais, e até mesmo de empregos gerados a partir das organizações religiosas. Ninguém imagina que na Igreja Católica, padres, bispos e organizações religiosas não pagam impostos, INSS, contas de água e luz. As isenções previstas em lei são apenas algumas, que não beneficiam pessoalmente as pessoas em serviço nas organizações religiosas, mas essas próprias organizações.

Dizer que as Igrejas recolhem mais de 20 bilhões de reais por ano no Brasil pode representar muito, aos olhos de alguns; mas isso pode representar muito pouco, se formos considerar as coisas mais no detalhe. Em tudo isso, é preciso colocar sempre um sensato e prudente “depende”. O que mais chamou a atenção foi a notícia sobre fortunas individuais e impérios políticos e econômicos organizados, até mesmo em pouco tempo, por líderes religiosos, que transformam a fé e os “serviços religiosos” em “produtos”, oferecendo-os ao público numa lógica capitalista de mercado.

Há, certamente, um problema no ar em relação ao campo religioso brasileiro; esse problema precisa ser enfrentado melhor pelas autoridades competentes. O que sempre foi mais colocado em evidência na opinião pública, até mesmo de maneira superdimensionada, foi a “perda de fiéis” por parte da Igreja Católica, talvez até com o desejo inconfessado de que isso continue a acontecer e que é um bem para o Brasil... A verdade é que essa mobilidade religiosa atinge todas as religiões tradicionais no Brasil e mesmo os grupos surgidos mais recentemente. O que não se aprofundou, a meu ver, foi a reflexão sobre os modos, as implicações e as consequências dessa “mobilidade religiosa”, que agora começam a aparecer.

O “Estado laico” não deve ser um álibi para deixar livre curso à exploração econômica, e em benefício privado, da credulidade e das necessidades religiosas e espirituais dos fiéis, valendo-se dos benefícios que o mesmo Estado reconhece às organizações religiosas. Alguma distorção grave está acontecendo no mundo religioso do Brasil, que terá consequências para a própria identidade cultural do Brasil no futuro próximo. Uma séria reflexão precisa ser feita.

Na Igreja Católica, as doações não são destinadas ao padre ou ao bispo, pessoalmente, mas à paróquia, à diocese, ou a outras instituições, organizações e obras sociais devidamente reconhecidas. Nossas paróquias e instituições religiosas não têm configuração empresarial, voltada para a produtividade e o ganho, mas têm fins religiosos, sociais e culturais, não pertencendo a ninguém em particular. As normas da nossa Igreja prescrevem rigor e transparência no controle e na aplicação dos recursos, bem como na prestação de contas.

Requerem ainda as normas da Igreja que haja Conselhos de Assuntos Econômicos em todas as paróquias e dioceses, com a participação de pessoas idôneas e competentes, para a boa administração dos recursos recolhidos. Todos esses recursos devem ser destinados ao cumprimento da missão da própria Igreja e, jamais, ao benefício pessoal de quem quer que esteja a serviço da Igreja, em qualquer nível, serviço e cargo.

Por delicado que seja, esse tema da exploração mercadológica da religiosidade e da religião carece de uma serena e profunda reflexão, para evitar o risco do descrédito da própria religião, de toda religião.


Cardeal Odilo Pedro Scherer
Arcebispo de São Paulo

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

O que é a oração e por que Deus sempre a atende?

Para os cristãos e de acordo os escritos bíblicos do Novo Testamento, a oração é a força para a perseverança nos caminhos da fé (cf. At 1,14); ela abre as portas do céu para as graças de Deus (cf. Mc 11,24); liberta o homem do poder do mal (cf. Mc 9,29) e para quem crê na Bíblia, a oração pode fazer o impossível acontecer (cf. Mt 17,20).
Muitos santos da Igreja Católica definiram, a partir da sua experiência pessoal, o que vem a ser a oração. Segundo os escritos de Santa Teresinha do Menino Jesus, "a oração é um impulso do coração, é um simples olhar lançado ao céu, um grito de reconhecimento e amor no meio da provação ou no meio da alegria."

Alinhado aos ensinamentos da Igreja, padre Alírio José Pedrini, Dehoniano, autor de vários livros relacionados à oração, explica que a oração é o relacionamento de uma pessoa humana com o seu Deus. "Um relacionamento que vem do falar com Deus, adorar, louvar, glorificar, bendizer e exaltar a Deus. Ao mesmo tempo, consiste em ouvir a Deus, com o silêncio do coração, através da leitura da Sagrada Escritura. Toda essa comunicação é a oração", diz o padre.

De acordo com o Catecismo da Igreja Católica (CIC), existem seis formas de oração baseadas nas Sagradas Escrituras: benção, adoração, súplica, intercessão, ação de graças e louvor. (cf. CIC 2626)

Segundo padre Alírio, cada formato de oração tem o seu valor porque brota do coração humano que vai conversar com o coração de Deus. Todavia, o sacerdote ressalta que a oração que primeiro deve sair dos lábios do homem é a oração de adoração a Deus.

"A adoração é sempre o primeiro impulso diante de Deus, de reconhecê-lo como Deus, proclamá-lo como Deus, de querê-lo como Deus verdadeiro. Crer que Ele é Uno, é Trino, é Pai, Filho e Espírito Santo e que Ele tem todas as qualidades e atributos divinos. Portanto, a oração que mais se adéqua diante de Deus é exatamente reconhecê-lo como Deus, e isto se chama adoração", reforçou.

Deus sempre ouve as nossas orações?

Jesus disse no Evangelho de São Mateus: "Tudo o que pedirdes com fé na oração, vós o alcançareis" (Mt 21,22). No entanto, aos olhos humanos, essa passagem bíblica poderia ser tachada de inadequada, visto que nem tudo aquilo que se pede a Deus Ele concede. Verdade? Padre Alírio afirma que não. Segundo ele, Deus sempre diz Sim à oração do homem.

“Eu poderia dizer que, diante da oração, Deus sempre diz sim. Algumas vezes ele diz: sim, já! E a graça acontece logo. Outras vezes, Deus diz: sim, mas não agora! Eu vou lhe dar no tempo certo. Em outra oportunidade, Deus diz: Sim, mas não o que você pede! Vou lhe dar outra coisa melhor para você", explicou.

O sacerdote esclarece que a oração é sempre ouvida e atendida por Deus, mas é preciso ficar atento à sua eficácia. Padre Alírio afirma que não existe oração "fraca", a oração é "sempre poderosa porque ela significa relacionamento com Deus que é todo poderoso.”

No entanto, explica padre Alírio, a eficácia na oração depende do estado de espírito da pessoa que reza, da fé que ela tem no Deus verdadeiro e ao mesmo tempo a confiança na providência divina. "Às vezes, alguém pode colocar na oração determinados pedidos que não seria para o seu próprio bem, então, Deus atende aquilo que seja necessário para a pessoa."

As expressões de oração

O Catecismo Católico explica que a tradição cristã conservou três expressões principais da vida de oração: oração vocal, a meditação e a oração mental (cf. CIC 2699).

A oração que comumente se vê é a vocal. "É por palavras que a nossa oração cresce", diz o Catecismo. A meditação é, na explicação da doutrina católica, uma procura para compreender o porquê e o como da vida cristã. Já a oração mental, trata-se de uma relação de intimidade da pessoa com Deus. "Um comércio íntimo de amizade em que conversamos muitas vezes a sós com esse Deus por quem nos sabemos amados", traduziu Santa Teresa.

Padre Alírio reflete que com a agitação dos dias atuais, o tempo de recolhimento para estar com Deus corre o risco de ficar reduzido ou até mesmo esquecido. Para ele, separar um tempo para a oração não é questão de preferência. O sacerdote acredita que se uma pessoa tem uma profunda amizade com Deus, se percebe que esse Deus a ama profundamente e procura amá-Lo da mesma forma, com certeza irá encontrar um tempo para se comunicar com Ele, para ouvi-Lo e contemplá-Lo.

"É verdade que há muita agitação no mundo de hoje, a vida é muito corrida, mas sempre as pessoas encontram um tempo para aquilo pelo qual se interessam, sempre encontram um espaço de tempo para aquilo que buscam. Portanto, se a pessoa tem uma fé viva no Deus Verdadeiro, se tem um relacionamento bonito com Ele, se sente dependência de Deus em todas as coisas, ela vai encontrar, se não um longo tempo, mas algum tempo para então se comunicar com Deus", afirmou.


André Alves
Da Redação

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

CNBB discute tema da Campanha da Fraternidade 2015

A presidência da CNBB e os bispos que presidem as comissões pastorais que compõem o Conselho Episcopal Pastoral (Consep) deram início na manhã desta terça-feira ao debate sobre o tema da campanha da Fraternidade de 2015.

O processo de escolha dos temas das campanhas que a Igreja realiza durante o período da quaresma desde o início dos anos 60 segue roteiro que contempla fases de consulta às comunidades, estudos de especialistas e a definição dos bispos, que é uma das atribuições estatutárias do Consep.

O secretário executivo da Campanha da Fraternidade, Pe. Luiz Carlos Dias, fez uma exposição dos últimos passos realizados em vista da escolha de um tema que responda ao anseio das comunidades. Após a apresentação foi realizado um debate sobre temas que enfatizem a realidade e as urgências do momento histórico vivido pelo Brasil.

Entre as contribuições oferecidas aos bispos foram enfatizados dois temas: povos tradicionais e recepção renovada do Concílio Vaticano II por ocasião da celebração do cinquentenário de sua conclusão. Assessores da Comissão Episcopal para a Caridade, a Justiça e a Paz insistiram na urgência de colocar a situação dos povos tradicionais em todo o Brasil.

O Cardeal Dom Raymundo Damasceno lembrou da atualidade do tema do Concílio, uma vez que se conclui o tempo da celebração jubilar, tema também defendido pelo vice-presidente da CNBB, Dom José Belisário.

O tema deverá ser definido até o final da reunião, o que ocorrerá na quinta-feira.


Rádio Vaticano