sábado, 20 de outubro de 2012

Decidir-se pelo Senhor!

O texto desse mês é o Evangelho do 28° Domingo do Tempo Comum (14/10): “Mc 10,17-30.” Jesus está subindo para Jerusalém. Durante o caminho, alguém vem ao Seu encontro. Vamos também nós, pela Palavra, ao encontro do Senhor!

O Evangelho apresenta uma pessoa que cai de joelhos diante de Jesus e lhe faz uma pergunta: “Bom Mestre, que devo fazer para ganhar a vida eterna?”. Ele responde com a segurança de quem conhece o coração que está diante Dele, todo o esforço, mas também o que lhe falta: “Jesus, fitando-o, com amor, lhe disse: ‘Só te falta uma coisa: vai, vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me’.”

Quem está ali, diante de Jesus, passou a vida inteira tentando cumprir os mandamentos, fazendo tudo muito bem, mas com o coração longe de Deus. Acabou não cumprindo verdadeiramente os mandamentos, pois não amava a Deus sobre todas as coisas.

Jesus, como que tentando resgatar toda a luta de vida daquele “alguém”, olha-o com amor, tenta seduzir o seu coração com a força do Seu olhar, da Sua Palavra, do Seu chamado, mas não consegue. Na sua liberdade, aquela pessoa vai embora, cheia de tristeza, sem se deixar atingir, pois não quis deixar, renunciar, não permitiu que o amor de Deus desse sentido a tudo o que já tinha conquistado. Não decidiu pelo Senhor!

Eu e você podemos passar a nossa vida inteira fazendo coisas para o Senhor, sem decidirmos por Ele. Tornamo-nos meros funcionários, mas não discípulos. Só quem se deixou apaixonar é capaz de renunciar, de deixar tudo – todo dia – e se decidir por Jesus. Somente quem O ama verdadeiramente, é capaz de segui-lo!

Deus está nos convocando a uma revisão de vida! Ele não vai desistir de nós, sempre nos olhando com amor para nos trazer de volta. Deixemo-nos atingir por esse olhar!

Que o Senhor nos dê a graça de sempre decidirmos por Ele!
Deus abençoe!


Renan Félix
Seminarista da Comunidade Canção Nova

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Quer um método para ser feliz?

Nada mais simples: faça alguém feliz! A verdadeira felicidade está além de nós. Embora o mundo diga exatamente o contrário, pois afirma que feliz é quem é capaz de realizar-se a si mesmo a qualquer custo.

Entretanto, experimenta verdadeira felicidade quem consegue encontrar sentido para a própria vida dando um pouco de si mesmo para realizar alguém.

O segredo é experimentar, dando-se a oportunidade, de, num momento de grande necessidade pessoal, fazer algo por alguma pessoa. Garanto-lhe que a sua felicidade será genuína.

Experimente! Um dia, quem sabe, possa me contar o resultado!

E seja feliz!


Seu irmão,
Ricardo Sá

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Como ser um católico bem formado?

O autor da Carta aos Hebreus escreveu: “Ora, quem se alimenta de leite não é capaz de compreender uma doutrina profunda, porque é ainda criança. Mas o alimento sólido é para os adultos, para aqueles que a experiência já exercitou na distinção do bem e do mal” (Hb 5, 13-14). Sem esse “alimento sólido”, que a Igreja chama de “fidei depositum” (o depósito da fé), ninguém poderá ser verdadeiramente católico e autêntico seguidor de Jesus Cristo.

Não há dúvida de que a maior necessidade do povo católico hoje é a formação na doutrina. Por não a conhecer bem, esse mesmo povo, muitas vezes, vive sua espiritualidade, mas acaba procedendo como não católico, aceitando e vivendo, por vezes, de maneira diferente do que a Igreja ensina, especialmente na moral. E o pior de tudo é que se deixa enganar pelas seitas, igrejinhas e superstições.

Em sua recente viagem à África, que começou em 17 de maio de 2009, o Papa Bento XVI deixou claro que a formação é o antídoto para as seitas e para o relativismo religioso e moral. Em Yaoundé, em Camarões, o Sumo Pontífice disse que “a expansão das seitas e a difusão do relativismo – ideologia segundo a qual não há verdades absolutas –, tem um mesmo antídoto, segundo Bento XVI: a formação.” Afirmando que: “O desenvolvimento das seitas e movimentos esotéricos, assim como a crescente influência de uma religiosidade supersticiosa e do relativismo, são um convite importante a dar um renovado impulso à formação de jovens e adultos, especialmente no âmbito universitário e intelectual.” E o Santo Padre pediu “encarecidamente” aos bispos que perseverem em seus esforços por oferecer aos leigos “uma sólida formação cristã, que lhes permita desenvolver plenamente seu papel de animação cristã da ordem temporal (política, cultural, econômica, social), que é compromisso característico da vocação secular do laicado.”

Desde o começo da Igreja os Apóstolos se esmeraram na formação do povo. São Paulo, ao escrever a S. Tito e a S. Timóteo, os primeiros bispos que sagrou e colocou em Creta e Éfeso, respectivamente, recomendou todo cuidado com a “sã doutrina”. Veja algumas exortações do Apóstolo dos Gentios; a Tito ele recomenda: seja “firmemente apegado à doutrina da fé tal como foi ensinada, para poder exortar segundo a sã doutrina e rebater os que a contradizem” (Tt 1, 9). “O teu ensinamento, porém, seja conforme à sã doutrina” (Tt 2,1).

A Timóteo ele recomenda: “Torno a lembrar-te a recomendação que te dei, quando parti para a Macedônia: devias permanecer em Éfeso para impedir que certas pessoas andassem a ensinar doutrinas extravagantes, e a preocupar-se com fábulas e genealogias” (Tm 1, 3-4). E “Recomenda esta doutrina aos irmãos, e serás bom ministro de Jesus Cristo, alimentado com as palavras da fé e da sã doutrina que até agora seguiste com exatidão” (1Tm 4,6). São Paulo ensina que Deus “quer que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade” (1Tm 2, 4).

Sem a verdade não há salvação. E essa verdade foi confiada à Igreja: “Todavia, se eu tardar, quero que saibas como deves portar-te na casa de Deus, que é a Igreja de Deus vivo, coluna e sustentáculo da verdade” (1Tm 3,15). Jesus garantiu aos Apóstolos na Última Ceia que o Espírito Santo “ensinar-vos-á toda a verdade” (Jo 16, 13) e “relembrar-vos-á tudo o que lhe ensinei” (Jo 14, 25). Portanto, se o povo não conhecer esta “verdade que salva”, ensinada pela Igreja, não poderá vivê-la. Mas importa que essa mesma verdade não seja falsificada, que seja ensinada como recomenda o Magistério da Igreja, que recebeu de Cristo a infalibilidade para ensinar as verdades da fé (cf. Catecismo da Igreja Católica § 981).

Já no primeiro século do Cristianismo os Apóstolos tiveram que combater as heresias, de modo especial o gnosticismo dualista; e isso foi feito com muita formação. São Paulo lembra a Timóteo que: “O Espírito diz expressamente que, nos tempos vindouros, alguns hão de apostatar da fé, dando ouvidos a espíritos embusteiros e a doutrinas diabólicas, de hipócritas e impostores [...]” (1Tm 4,1-2).

A Igreja, em todos os tempos, se preocupou com a formação do povo. Os grandes bispos e padres da Igreja como Santo Agostinho, Santo Ambrósio, Santo Atanásio, Santo Irineu, e tantos outros gigantes dos primeiros séculos, eram os catequistas do povo de Deus. Suas cartas, sermões e homilias deixam claro o quanto trabalharam na formação dos fiéis.

Hoje, o melhor roteiro que Deus nos oferece para uma boa formação é o Catecismo da Igreja Católica, aprovado em 1992 pelo saudoso Papa João Paulo II. Em sua apresentação, na Constituição Apostólica “Fidei Depositum”, ele declarou: “O Catecismo da Igreja Católica [...] é uma exposição da fé da Igreja e da doutrina católica, testemunhadas ou iluminadas pela Sagrada Escritura, pela Tradição apostólica e pelo Magistério da Igreja. Vejo-o como um instrumento válido e legítimo a serviço da comunhão eclesial e como uma norma segura para o ensino da fé”. E pede: “Peço, portanto, aos Pastores da Igreja e aos fiéis que acolham este Catecismo em espírito de comunhão e que o usem assiduamente ao cumprirem a sua missão de anunciar a fé e de apelar para a vida evangélica. Este Catecismo lhes é dado a fim de que sirva como texto de referência, seguro e autêntico, para o ensino da doutrina católica […]. O “Catecismo da Igreja Católica”, por fim, é oferecido a todo o homem que nos pergunte a razão da nossa esperança (cf. lPd 3,15) e queira conhecer aquilo em que a Igreja Católica crê.”

Essas palavras do Papa João Paulo II mostram a importância do Catecismo para a formação do povo católico. Sem isso, esse povo continuará sendo vítima das seitas, enganado por falsos pastores e por falsas doutrinas.

Mais do que nunca a Igreja confia hoje nos leigos, abre-lhes cada vez mais a porta para evangelizar; então, precisamos fazer isso com seriedade e responsabilidade. Ninguém pode ensinar aquilo que quer, o que “acha certo”; não, somos obrigados a ensinar o que ensina a Igreja, pois só ela recebeu de Deus o carisma da infalibilidade. Ninguém é catequista e missionário por própria conta, mas é um enviado da Igreja. Sem a fidelidade a ela, tudo pode ser perdido. Portanto, é preciso estar preparado, estudar, conhecer a Igreja, a doutrina, a sua História, o Catecismo, os documentos importantes, a liturgia, entre outros. Quanto mais conhecemos a Igreja e todo o tesouro que ela traz em seu coração, tanto mais a amamos.


Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

É preciso perder o medo de ERRAR.

Quem se reconhece e se aceita, quem é humilde, não tem medo de errar. Por quê? Porque se, depois de ponderar, prudentemente, a sua decisão, ainda cometer um erro, isso não o surpreenderá, pois sabe que é próprio da sua condição limitada. São Francisco de Sales dizia de uma forma muito expressiva: “Por que se surpreender que a miséria seja miserável?”.

Lembro-me ainda daquele dia em que subia a encosta da Perdizes, lá em São Paulo, para dar a minha primeira aula na Faculdade Paulista de Direito, da PUC (Pontifícia Universidade Católica). Ia virando e revirando as matérias, repetindo conceitos e ideias. Estava nervoso; não sabia que impressão causariam as minhas palavras naqueles alunos de rosto desconhecido. E se me fizessem alguma pergunta a qual eu não saberia responder? E se, no meio da exposição, eu esquecesse a sequência de ideias?

Entrei na sala de aula tenso, com um sorriso artificial. Comecei a falar. Estava excessivamente pendente do que dizia, nem olhava para a cara dos alunos. Falei quarenta e cinco minutos seguidos sem interrupção, sem consultar uma nota sequer.

Percebi, porém, um certo distanciamento da “turma”, um certo respeito. Um rapaz, muito comunicativo e inteligente, talvez para superar a distância criada entre o grupo e o professor, aproximou-se e me cumprimentou: “Parabéns, professor. Que memória! Não consultou, em nenhum momento, os seus apontamentos. Foi muito interessante!"

Respirei, mas, desconfiado, quis saber: "Você entendeu o que eu disse?" Admirou-se com a minha pergunta; não a esperava. Sorrindo, encabulado, confessou-me: "Entendi muito pouco, e, pelo que pude observar, a 'turma' entendeu menos ainda".

A lição estava clara: "Dei a aula para mim e não para eles. Dei a aula para demonstrar que estava capacitado, mas não para ensinar”. Faltara descontração, didática, empatia; não fizera nenhuma pausa, nenhuma pergunta. Fora tudo academicamente perfeito, como um belo cadáver. Fora um fracasso.

Lembro-me também que, quando descia aquela encosta, fiz o propósito de tentar ser mais humilde, de preparar um esquema mais simples, de perder o medo de errar, esse medo que me deixara tão tenso e tão cansado; de pensar mais nos meus alunos e menos na imagem que eles pudessem fazer de mim. E se me fizessem uma pergunta a qual não soubesse responder, o que diria? Pois bem, diria a verdade, que precisava estudar a questão com mais calma e, na próxima aula, lhes responderia. Tão simples assim.

Que tranquilidade a minha ao subir a encosta no dia seguinte! E que agradecimento dos alunos ao verem a minha atitude mais solta, mais desinibida, mais simpática! Uma lição que tive de reaprender muitas vezes ao longo da minha vida de professor e de sacerdote: a simplicidade, a transparência e a espontaneidade são o melhor remédio para a tensão e a timidez e o recurso mais eficaz para que as nossas palavras e os nossos desejos de fazer o bem tenham eco.

Não olhemos as pupilas alheias como se fossem um espelho, no qual se reflete a nossa própria imagem; não estejamos pendentes da resposta que esse espelho possa dar às perguntas que a nossa vaidade formula continuamente: "O que é que você pensa de mim? Gostou da colocação que fiz?" Tudo isso é raquítico, decadente, cheira ao mofo do próprio "eu", imobiliza e retrai, inibe e tranca a espontaneidade. Percamos o medo de errar e erraremos menos.

Dom Rafael Llano Cifuentes
Arcebispo Emérito de Nova Friburgo (RJ)

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Dicas para Educar os filhos

A escola deve ser vista como uma instituição destinada a colaborar com os pais na sua tarefa educativa. Ter consciência desta realidade torna-se mais urgente quando consideramos que, na atualidade, são numerosos os motivos que podem levar os pais – por vezes sem estarem inteiramente conscientes – a não compreender a amplitude da maravilhosa tarefa que lhes compete, renunciando na prática ao seu papel de educadores integrais.

A emergência educativa, tantas vezes evidenciada por Bento XVI tem as suas raízes nesta desorientação: a educação reduziu-se à «transmissão de determinadas habilidades ou capacidades de fazer, enquanto se procura satisfazer o desejo de felicidade das novas gerações enchendo-as de objetos de consumo e de gratificações efêmeras» (Bento XVI, Discurso à Assembleia Diocesana de Roma, 11-06-2007) e deste modo os jovens ficam «abandonados a si mesmos face às grandes perguntas que inevitavelmente surgem no seu interior» (Bento XVI, Discurso à Conferência Episcopal italiana, 28-05-2008), à mercê de uma sociedade e uma cultura que fez do relativismo o seu próprio credo.

Face a estes possíveis inconvenientes, e como consequência do seu direito natural, os pais têm que sentir que a escola é, de certo modo, um prolongamento do seu lar, um instrumento da sua própria tarefa como pais e não apenas um lugar onde se proporciona aos filhos uma série de conhecimentos.

Como primeiro requisito, o Estado deve salvaguardar a liberdade das famílias, de modo que estas possam escolher com retidão a escola ou os centros que julguem mais convenientes para a educação dos seus filhos. Certamente, no seu papel de tutelar o bem comum, o Estado possui determinados direitos e deveres sobre a educação e a eles voltaremos num próximo artigo. Mas tal intervenção não pode chocar com a legítima pretensão dos pais de educar os seus próprios filhos em consonância com os bens que eles defendem e vivem, e que consideram enriquecedores para a sua descendência.

Como o Concílio Vaticano II ensina, o poder público – ainda que seja por uma questão de justiça distributiva – deve oferecer os meios e as condições favoráveis para que os pais possam «escolher com liberdade absoluta, de acordo com a sua própria consciência, as escolas para os seus filhos»  (Concílio Vaticano II, decl. Gravissimum educationis, n. 6). Daí a importância de que aqueles que trabalham em ambientes políticos ou relacionados com a opinião pública procurem que tal direito fique salvaguardado e, na medida do possível, seja promovido.

O interesse dos pais pela educação dos filhos manifesta-se em mil detalhes. Independentemente da instituição em que os filhos estudem, é natural interessarem-se pelo ambiente existente e pelos conteúdos que se transmitem.

Tutela-se assim a liberdade dos alunos, o direito a que não se deforme a sua personalidade e não se anulem as suas aptidões, o direito a receber uma formação sã, sem que se abuse da sua docilidade natural para lhes impor opiniões ou critérios humanos parciais; permite-se e fomenta-se assim que as crianças desenvolvam um espírito crítico são, ao mesmo tempo que se lhes mostra que o interesse paterno neste âmbito vai para além dos resultados escolares.

Tão importante como esta comunicação entre os pais e os filhos é a que se verifica entre os pais e os professores. Uma clara consequência de se entender a escola como um instrumento mais da própria tarefa educativa, é colaborar ativamente com as iniciativas ou o ideário da escola.

Neste sentido, é importante participar nas suas atividades; felizmente, é cada vez mais comum que as escolas, independentemente de serem de iniciativa pública ou privada, organizem, de tempos a tempos, jornadas de portas abertas, encontros desportivos, ou reuniões informativas de caráter mais acadêmico. Especialmente neste último tipo de encontros, convém que participem – se for possível – os dois cônjuges, mesmo que isso requeira certo sacrifício de tempo ou de organização; deste modo, transmite-se ao filho – sem necessidade de palavras – que os dois, pai e mãe, consideram a escola um elemento relevante na vida familiar.

Neste contexto, comprometer-se nas associações de pais – colaborando na organização de eventos, fazendo propostas positivas, ou inclusivamente participando nos órgãos de direção – abre toda uma série de novas possibilidades educativas. Sem dúvida que desempenhar corretamente uma função desse tipo requer um notável espírito de sacrifício: é necessário dedicar tempo ao convívio com outras famílias, conhecer os professores, assistir a reuniões...

No entanto, estas dificuldades são amplamente compensadas – sobretudo, para a alma enamorada de Deus e ansiosa de servir – pela abertura de um campo apostólico cuja amplitude não se pode medir; mesmo que os regulamentos da escola não permitam intervir diretamente em alguns aspectos dos programas educativos, está-se em condições de envolver e impulsionar professores e dirigentes para que o ensino transmita virtudes, valores e beleza.

Os outros pais são as primeiras pessoas que agradecem esse esforço, e para eles um pai envolvido na tarefa da escola – quer seja porque tem esse encargo, quer seja porque por iniciativa própria mostra a sua preocupação pelo ambiente da turma, etc. – converte-se num ponto de referência, uma pessoa de cuja experiência se pode aproveitar, ou cujo conselho se pode procurar na educação dos próprios filhos.

Abre-se assim o caminho à amizade pessoal, e com ela a um apostolado que acaba beneficiando todas as pessoas do âmbito educativo em que os filhos se desenvolvem. É aqui plenamente aplicável o que São Josemaria deixou escrito em Caminho, sobre a fecundidade do apostolado pessoal: És, entre os teus -alma de apóstolo – a pedra caída no lago. – Produz, com o teu exemplo e a tua palavra um primeiro círculo...; e este, outro... e outro, e outro... Cada vez mais largo. Compreendes agora a grandeza da tua missão? (São Josemaria. Caminho, n. 831.)
J.A. Araña - J.C. Errázuri

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

OLHOS BRILHANDO E SORRISO NOS LÁBIOS

Artigo de Diego Silva, para o JMJBrasil

“Olhos brilhando, sorriso nos lábios, gritos animados e muita

alegria e oração”. Sim! Quem já teve a oportunidade de participar de uma Jornada Mundial da Juventude sabe a força deste evento que soma milhões de jovens de todo o mundo (formando o maior evento internacional do mundo) que vivenciam os poucos, porém intensos, dias de uma JMJ.

Quem deseja ir para uma JMJ com o intuito de curtir férias ou viajar poderá até aproveitar, porém perderá o sentido mais bonito e profundo. As questões culturais, artísticas, históricas etc, apenas somam com o fundamental que é a partilha da Fé, testemunho público do nosso amor a Cristo, sua Igreja e ao Papa, nosso pastor.

A JMJ é, por excelência o momento de o jovem questionar qual o sentido de sua vida. “O que deixareis para próximas gerações? Estão construindo algo durável? Como estão usando os dons que lhes foram dados e derramados sobre vocês?" desafiou o Papa Bento XVI aos jovens na JMJ Austrália, 2008.

O que mais se observa em uma JMJ é a explosão de cores, bandeiras e alegria. Jovens vindo e voltando. Metrô, ônibus e ruas lotadas. Lembro muito bem que há um ano da JMJ de Madrid 2011 milhares de jovens brasileiros se preparavam ansiosos para poderem, muito deles pela primeira vez, participar de uma JMJ. O testemunho dos que haviam participado era muito animador. É inesquecível o testemunho de vários jovens que fizeram muitos sacrifícios para poderem participar da JMJ e que com os olhos ardentes e palavras calorosas partilhavam suas experiências nos motivando a participar.

Alem do desejo de milhares de jovens em participar da JMJ, outro fator muito importante foi a grande expectativa dos brasileiros de acolher a JMJ aqui. Existiam fortes indícios, muitos sabiam, porém quando o Papa disse que a próxima JMJ seria no Brasil uma explosão verde e amarela tomou conta do aeródromo de Cuatro Vientos, os gritos e abraços dos brasileiros reforçaram a impressão de que somos um país alegre e acolhedor.

Sim, somos um país que, apesar das inúmeras dificuldades, é feliz e acolhedor. Devemos mostrar uma vez mais aos nossos amigos estrangeiros que aqui também é sua casa, que aqui, diante do Cristo Redentor, terra de homens e mulheres generosas que deram suas vidas para levar a todos o Evangelho, estamos unidos pelo mesmo projeto de levar a mensagem evangélica aos corações dos homens que, sobretudo hoje, estão sedentos do Pão da Vida.

Mas para isso, não podemos ficar apenas no plano das idéias e dizer palavras motivadoras. Precisamos de ação. Somente com o pouco da generosidade de cada jovem brasileiro é que poderemos somar ao final confluindo para o bom andamento do evento que terá como em cada brasileiro um testemunho muito mais eficaz do que se fosse a mais perfeita JMJ jamais organizada.

Sim, teremos que nos organizar muito bem. Teremos que somar as forças de todos, polícias, profissionais da Saúde, trânsitos, prefeitos, governadores e o Executivo. Mas antes disso tudo temos que preparar os jovens que serão o espelho do evento, serão quem os nossos amigos de foram terão como primeiros amigos e exemplos. Estes jovens devem dar testemunho de sua fé para que os demais saiam daqui irradiados e impulsionados pela nossa amizade, pelas palavras do Santo Padre o Papa e pela Partilha do Pão Eucarístico, que é Cristo vivo entre nós; assim os jovens vão cumprir com o mandato missionário: “Ide fazei discípulos entre todas as nações” (Mt 28, 19)

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

"O Cristianismo é marcado pela presença do Deus eterno", diz Papa

O Papa Bento XVI recebeu na manhã desta sexta-feira, 12, alguns bispos que participaram do Concílio Ecumênico Vaticano II como Padres conciliares. Também estiveram presentes no encontro patriarcas e arcebispos das Igrejas católicas orientais e presidentes das Conferências Episcopais de todo o mundo.

NA ÍNTEGRA - Discurso do Papa aos bispos que participaram do Concílio Vaticano II como Padres conciliares  - 12/10/2012 (http://noticias.cancaonova.com/noticia).

Em seu discurso, Bento XVI destacou que o cristianismo é sempre novo, de forma que não deve ser considerado como algo do passado. “O Cristianismo é marcado pela presença do Deus eterno, que entrou no tempo e está presente em todo o tempo, para que  cada tempo surja do seu poder criador, do seu eterno ‘hoje’”.

O Papa comparou o cristianismo a uma árvore que está sempre em perene “aurora”, sempre jovem. Porém, ele fez a ressalva de que esta “atualização” não significa rompimento com a tradição, mas exprime a contínua vitalidade. “...devemos levar o 'hoje' de nosso tempo no 'hoje' de Deus”, disse.

Bento XVI destacou ainda que o Concílio foi um tempo de graça em que a Igreja aprendeu com o Espírito Santo que, ao longo de seu caminho na história, precisa falar ao homem contemporâneo. “... mas isso só pode acontecer pelo poder daqueles que têm raízes profundas em Deus, deixam-se guiar por Ele e vivem com pureza a própria fé; não vem daqueles que estão se adaptando ao tempo que passa, daqueles que escolhem o caminho mais confortável”.

Por fim, o Papa definiu como preciosa a memória do passado, mas ressaltou que esta não é um fim em si mesma. Ele disse que o Ano da Fé sugere o melhor modo de recordar e comemorar o Concílio. Este modo é voltar as atenções para o coração da mensagem do Concílio, que nada mais é do que a mensagem da fé em Cristo.

“Desejo sinceramente que todas as Igrejas particulares encontrem, na celebração deste Ano, a ocasião para o sempre necessário retorno à fonte viva do Evangelho, ao encontro transformador com a pessoa de Jesus Cristo”, finalizou.


Da Redação

Nossa Senhora da Conceição Aparecida

Com muita alegria nós, brasileiros, lembramos e celebramos solenemente o dia da Protetora da Igreja e das famílias brasileiras: Nossa Senhora da Conceição Aparecida.

A história de Nossa Senhora da Conceição Aparecida tem seu início pelos meados de 1717, quando chegou a notícia de que o Conde de Assumar, D. Pedro de Almeida e Portugal, Governador da Província de São Paulo e Minas Gerais, iria passar pela Vila de Guaratinguetá, a caminho de Vila Rica, hoje cidade de Ouro Preto (MG).

Convocados pela Câmara de Guaratinguetá, os pescadores Domingos Garcia, Filipe Pedroso e João Alves saíram à procura de peixes no Rio Paraíba. Desceram o rio e nada conseguiram.

Depois de muitas tentativas sem sucesso, chegaram ao Porto Itaguaçu, onde lançaram as redes e apanharam uma imagem sem a cabeça, logo após, lançaram as redes outra vez e apanharam a cabeça, em seguida lançaram novamente as redes e desta vez abundantes peixes encheram a rede.

A imagem ficou com Filipe, durante anos, até que presenteou seu filho, o qual usando de amor à Virgem fez um oratório simples, onde passou a se reunir com os familiares e vizinhos, para receber todos os sábados as graças do Senhor por Maria. A fama dos poderes extraordinários de Nossa Senhora foi se espalhando pelas regiões do Brasil.

Por volta de 1734, o Vigário de Guaratinguetá construiu uma Capela no alto do Morro dos Coqueiros, aberta à visitação pública em 26 de julho de 1745. Mas o número de fiéis aumentava e, em 1834, foi iniciada a construção de uma igreja maior (atual Basílica Velha).

No ano de 1894, chegou a Aparecida um grupo de padres e irmãos da Congregação dos Missionários Redentoristas, para trabalhar no atendimento aos romeiros que acorriam aos pés da Virgem Maria para rezar com a Senhora "Aparecida" das águas.

O Papa Pio X em 1904 deu ordem para coroar a imagem de modo solene. No dia 29 de abril de 1908, a igreja recebeu o título de Basílica Menor. Grande acontecimento, e até central para a nossa devoção à Virgem, foi quando em 1929 o Papa Pio XI declarou Nossa Senhora Aparecida Padroeira do Brasil, com estes objetivos: o bem espiritual do povo e o aumento cada vez maior de devotos à Imaculada Mãe de Deus.

Em 1967, completando-se 250 anos da devoção, o Papa Paulo VI ofereceu ao Santuário de Aparecida a Rosa de Ouro, reconhecendo a importância do Santuário e estimulando o culto à Mãe de Deus.

Com o passar do tempo, a devoção a Nossa Senhora da Conceição Aparecida foi crescendo e o número de romeiros foi aumentando cada vez mais. A primeira Basílica tornou-se pequena. Era necessária a construção de outro templo, bem maior, que pudesse acomodar tantos romeiros. Por iniciativa dos missionários Redentoristas e dos Senhores Bispos, teve início, em 11 de novembro de 1955, a construção de uma outra igreja, a atual Basílica Nova. Em 1980, ainda em construção, foi consagrada pelo Papa João Paulo ll e recebeu o título de Basílica Menor. Em 1984, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) declarou oficialmente a Basílica de Aparecida Santuário Nacional, sendo o "maior Santuário Mariano do mundo".

Nossa Senhora da Conceição Aparecida, rogai por nós!

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Você tem condições para perceber a sua maturidade. É só observar se você é obediente mesmo quando não há pessoas ao seu redor.
Você não precisa que ninguém te observe, pois você já viu aquilo como um valor.
Pessoas imaturas sofrem dobrado. Pessoas imaturas querem modificar os fatos, pessoas maduras deixam que os fatos os modifiquem.
A maturidade nos faz perceber que não podemos mudar os fatos. Um ...imaturo ganha um limão e o chupa fazendo careta. O maduro faz uma limonada com o limão que ganhou.
Muitas vezes os nossos relacionamentos de amizade são uns fracassos porque somos imaturos.
Amigos não são o que imaginamos, mas o que eles são e com todos os defeitos.

Padre Fábio de Melo

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

MARIA, Mãe de Deus

A contemplação do mistério do nascimento do Salvador tem levado o povo cristão não só a dirigir-se à Virgem Santa como à Mãe de Jesus, mas também a reconhecê-la como Mãe de Deus. Essa verdade foi aprofundada e compreendida como pertencente ao patrimônio da fé da Igreja, já desde os primeiros séculos da era cristã, até ser solenemente proclamada pelo Concílio de Éfeso no ano 431.

Na primeira comunidade cristã, enquanto cresce entre os discípulos a consciência de que Jesus é o filho de Deus, resulta bem mais claro que Maria é a Theotokos, a Mãe de Deus. Trata-se de um título que não aparece explicitamente nos textos evangélicos, embora eles recordem “a Mãe de Jesus” e afirmem que ele é Deus (Jô. 20,28; cf. 05,18; 10,30.33). Em todo o caso, Maria é apresentada como Mãe do Emanuel, que significa Deus conosco (cf. mt. 01,22-23).

Já no século III, como se deduz de um antigo testemunho escrito, os cristãos do Egito dirigiam-se a Maria com esta oração: “Sob a vossa proteção procuramos refúgio, santa Mãe de Deus: não desprezeis as súplicas de nós, que estamos na prova, e livrai-nos de todo perigo, ó Virgem gloriosa e bendita” (Da Liturgia das Horas). Neste antigo testemunho a expressão Theotokos, “Mãe de Deus”, aparece pela primeira vez de forma explícita.

Na mitologia pagã, acontecia com freqüência que alguma deusa fosse apresentada como Mãe de um deus. Zeus, por exemplo, deus supremo, tinha por Mãe a deusa Reia. Esse contexto facilitou talvez, entre os cristãos, o uso do título “Theotokos”, “Mãe de Deus”, para a Mãe de Jesus. Contudo, é preciso notar que este título não existia, mas foi criado pelos cristãos, para exprimir uma fé que não tinha nada a ver com a mitologia pagã, a fé na concepção virginal, no seio de Maria, d’Aquele que desde sempre era o Verbo Eterno de Deus.

No século IV, o termo Theotokos é já de uso freqüente no Oriente e no Ocidente. A piedade e a teologia fazem referência, de modo cada vez mais freqüente, a esse termo, já entrado no patrimônio de fé da Igreja.

Compreende-se, por isso, o grande movimento de protesto, que se manifestou no século V, quando Nestório pôs em dúvida a legitimidade do título “Mãe de Deus”. Ele de fato, propenso a considerar Maria somente como Mãe do homem Jesus, afirmava que só era doutrinalmente correta a expressão “Mãe de Cristo”. Nestório era induzido a este erro pela sua dificuldade de admitir a unidade da pessoa de Cristo, e pela interpretação errônea da distinção entre as duas naturezas – divina e humana – presentes n’Ele.

O Concílio de Éfeso, no ano 431, condenou as suas teses e, afirmando a subsistência da natureza divina e da natureza humana na única pessoa do Filho, proclamou Maria Mãe de Deus.

As dificuldades e as objeções apresentadas por Nestório oferecem-nos agora a ocasião para algumas reflexões úteis, a fim de compreendermos e interpretarmos de modo correto esse título.

A expressão Theotokos, que literalmente significa “aquela que gerou Deus”, à primeira vista pode resultar surpreendente; suscita, com efeito, a questão sobre como é possível que uma criatura humana gere Deus. A resposta da fé da Igreja é clara: a maternidade divina de Maria refere-se só a geração humana do Filho de Deus e não, ao contrário, à sua geração divina. O Filho de Deus foi desde sempre gerado por Deus Pai e é-Lhe consubstancial. Nesta geração eterna Maria não desempenha, evidentemente, nenhum papel. O Filho de Deus, porém, há dois mil anos, assumiu a nossa natureza humana e foi então concebido e dado à luz Maria.

Proclamando Maria “Mãe de Deus”, a Igreja quer, portanto, afirmar que Ela é a “Mãe do Verbo encarnado, que é Deus”. Por isso, a sua maternidade não se refere a toda a Trindade, mas unicamente à segunda Pessoa, ao Filho que, ao encarnar-se, assumiu dela a natureza humana.

A maternidade é relação entre pessoa e pessoa: uma mãe não é Mãe apenas do corpo ou da criatura física saída do seu seio, mas da pessoa que ela gera. Maria, portanto, tendo gerado segundo a natureza humana a pessoa de Jesus, que é a pessoa divina, é Mãe de Deus.

Ao proclamar Maria “Mãe de Deus”, a Igreja professa com uma única expressão a sua fé acerca do Filho e da Mãe. Esta união emerge já no Concílio de Éfeso; com a definição da maternidade divina de Maria, os Padres queriam evidenciar a sua fé a divindade de Cristo. Não obstante as objeções, antigas e recentes, acerca da oportunidade de atribuir este título a Maria, os cristãos de todos os tempos, interpretando corretamente o significado dessa maternidade, tornaram-no uma expressão privilegiada da sua fé na divindade de Cristo e do seu amor para com a Virgem.
Na Theotokos a Igreja, por um lado reconhece a garantia da realidade da Encarnação, porque – como afirma Santo Agostinho – “se a Mãe fosse fictícia seria fictícia também a carne... fictícia seriam as cicatrizes da ressurreição” (Tract. In Ev. loannis, 8,6-7). E, por outro, ela contempla com admiração e celebra com veneração a imensa grandeza conferida a Maria por Aquele que quis ser seu filho. A expressão “Mãe de Deus” remete ao Verbo de Deus que, na Encarnação, assumiu a humildade da condição humana, para elevar o homem à filiação divina. Mas esse título, à luz da dignidade sublime conferida à Virgem de Nazaré, proclama, também, a nobreza da mulher e sua altíssima vocação. Com efeito, Deus trata Maria como pessoa livre e responsável, e não realiza a Encarnação de seu Filho senão depois de ter obtido o seu consentimento.

Seguindo o exemplo dos antigos cristãos do Egito, os fiéis entregam-se Àquela que, sendo Mãe de Deus, pôde obter do divino Filho as graças da libertação dos perigos e da salvação eterna.

Extraído do livro A virgem Maria 
João Paulo II

terça-feira, 9 de outubro de 2012

DOE-SE por inteiro!

Gaste sua vida por causa do Céu. Há uma passagem na Bíblia chamada o "Bom Samaritano" (cf. Lucas 10,25-37). Nela está escrito que este homem [bom samaritano] encontrou um doente na estrada, cuidou dele e o levou para a hospedaria e lá ele continuou cuidando do enfermo. Mas houve um momento em que teve de partir. Então, ele deu dois denários para que cuidassem do enfermo, dizendo que se faltasse algo daria ao voltar.

Santo Agostinho diz que este "Bom Samaritano" é Jesus e que o "dono da hospedaria" somos nós, e que o que "gastarmos" com os demais, Ele, o Senhor, nos pagará na vinda d’Ele. Ele lhe pagará a mais, por isso, gaste a sua vida pelo Reino de Deus, pelos próximos. Consuma-se por inteiro!

Deus o abençoe!

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

SANTO DO DIA: São Luis Beltran

Luis Beltran nasceu em Valência (Espanha) em 1526, e foi o tipo de jovem aventureiro, aberto aos desafios. Obediente a voz do Senhor, venceu a oposição do pai e ingressou na Ordem Dominicana para ser sacerdote.

Com passos largos em direção à santidade (tinha apenas 23 anos quando recebeu a ordenação sacerdotal), assumiu a importante função de mestre dos noviços, até que decidiu aventurar-se na evangelização do novo mundo. Na Colômbia, Luis Beltran muito se ocupou com a salvação das almas, sem descuidar de profetizar e denunciar as injustiças cometidas contra os indígenas e posteriormente contra os negros escravos.

O preço da conversão de milhares de indígenas espalhados por toda Colômbia foi o sofrimento promovido por exploradores espanhóis. Por duas vezes procuraram envenená-lo e em outras quatro ocasiões o assaltaram ameaçando-o de morte. São Luis não se deixou amedrontar e só voltou para a Espanha pela obediência aos superiores e com a intenção de melhor recrutar e formar apóstolos para a evangelização da América.

Este bondoso amigo de todos assumiu cargos de direção na Ordem Dominicana, exerceu com grande eficácia o ministério da pregação, chegando a operar inúmeras conversões e alcançar milagres. No ano de 1569 São Luis, já na Espanha como formador de futuros missionários, pôde partilhar com palavras o que viveu nas inúmeras missões. Ensinava que a arma mais eficaz na conversão das almas é uma intensa vida de oração e de muito sacrifício, e que a pregação necessita de ser acompanhada pelas boas obras, caso contrário, o mau exemplo destruiria de maneira fatal a proclamação da Boa Nova.

São Luis Beltran faleceu em Valência no ano de 1581, com 56 anos de idade. A tal ponto enriqueceu o povo e a Igreja com sua vivência missionária que o próprio pai, antes de morrer, declarou-lhe: "Meu filho, uma das coisas que mais me afligiu na vida foi ver-te frade, mas hoje, o que me consola é saber-te frade!"

São Luis Beltran, rogai por nós!

sábado, 6 de outubro de 2012

Nota da CNBB para eleições 2012

As eleições municipais têm uma característica própria em relação às demais por colocar em disputa os projetos que discutem sobre os problemas mais próximos do povo: educação, saúde, segurança, trabalho, transporte, moradia, ecologia e lazer.

“Trata-se de um processo eleitoral com mais participação da população porque os candidatos são mais visíveis no cotidiano da vida dos eleitores”, destaca a nota.

Desde modo, a Igreja Católica no Brasil orienta para que seus fiéis estejam atentos aos valores que definem o perfil de seus candidatos.

“Estes devem ter seu histórico de coerência de vida e discurso político referendados pela honestidade, competência, transparência e vontade de servir ao bem comum. Os valores éticos devem ser o farol a orientar os eleitores, em contínuo diálogo entre o poder local e suas comunidades”, reforça a CNBB.

Dom Damasceno espera que os políticos cumpram seu cargo recebido através de um gesto de confiança de seus eleitores, com responsabilidade e a serviço da comunidade.

“A política é uma das forças mais sublimes do exercício da caridade, do amor. O político verdadeiro é aquele que se coloca 24 horas por dia a serviço do bem do país, não aquele que faz da política um meio de se enriquecer, de apenas atender o interesse de seus grupos, exercendo uma política fisiológica e corporativista, mas aquele que pensa no bem da sociedade, especialmente dos mais pobres e necessitados”, reforça Dom Damasceno.

O episcopado brasileiro recordou ainda o importante instrumento contra a corrupção que foi a aprovação da Lei da Ficha Limpa, um passo importante para “colocar fim à corrupção, que ainda envergonha o nosso país”.
“Há um desejo de toda a população de que a Ficha Limpa não seja aplicada só aos políticos, só aos candidatos a prefeito e vereador, mas todos aqueles que vão ocupar um cargo. O bom prefeito, bom vereador deve escolher também colaboradores competentes, honestos, capazes de ajudá-lo no exercício de sua função”, esclarece ainda Dom Damasceno.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

CONVITE ESPECIAL






Dez dicas para chegar a Santidade

1. Dedicar um tempo para a oração todos os dias

Temos que orar a Nosso Senhor Jesus Cristo para descobrirmos a sua santíssima vontade. Na oração, conhecemos melhor a Deus e a nós mesmos. Devemos ser generosos e dedicar 30 ou 15 minutos de oração, contemplação ou meditação. A oração bem feita ajuda-nos a começarmos o dia dispostos a reavivar a fé e o amor. “Quem reza se salva, quem não reza se condena”. (Santo Afonso Maria de Ligório).

2. Escolher uma intenção para cada dia

Oferecer as orações, os esforços e os trabalhos do dia. Podem ser intenções particulares como por uma pessoa doente, pela conversão dos pecadores ou pela santificação dos que dedicam à salvação das almas. Quando nos concentramos numa intenção concreta, se torna mais fácil rezar.

3. Rezar o Terço ou o Rosário todos os dias

Ao rezarmos o terço ou o rosário todos os dias, confiamos mais diretamente na presença e no auxilio de Nossa Senhora. Assim no rosário meditamos os principais mistérios de nossa fé. Os frutos de nossas orações − fortalecimento na prática do bem, abnegação, paz, percepção e distinção entre o que é bom e o que é ruim, o que é verdadeiro e o que é falso − dependem do modo como se reza.

4. Ler todos os dias um livro de piedade (de preferência escrito por um santo) ou comentários da Sagrada Escritura feitos por um dos santos Padres da Igreja (São João Crisóstomo, Santo Agostinho, São Tomás de Aquino, etc). (Lectio Divina)

A doutrina da Igreja deve ser o alimento principal de nossa vida de oração. Os ensinamentos dos santos é a luz que deve nos guiar na estrada para a felicidade eterna. Há pessoas que sabem mais de futebol, de novela, de internet do que de Nosso Senhor Jesus Cristo e da sua Igreja.

5. Conhecer os mandamentos e as promessas que Deus fez ao seu povo

Todo católico deve saber discorrer sobre os Dez Mandamentos. Quem conhece e medita os mandamentos e as promessas de Nosso Senhor sabe como discernir a verdade e o erro, e poderá evitar o pecado, com a intenção de agradar a Deus.

6. A confissão frequente

O sacramento da Confissão ajuda-nos a manter pura e limpa nossa alma e a não relaxar no nosso combate contra o pecado. Ajuda-nos a vencer nossos vícios mais enraizados e a formar melhor nossa consciência. Aquele que percebe o valor da confissão, na qual são perdoados nossos pecados, é mais robusto na fé e mais penitente.

7. Fazer mortificações

A mortificação é necessária porque ajuda a dominar os instintos humanos que tantas vezes arrastam ao pecado. Convém observar as ocasiões que se tem durante o dia para fazer alguma renúncia. Todo sacrifício suportado por amor de Deus durante o dia se transforma em salvação para muitas almas. O jejum é um meio simples e eficaz de por em prática este espírito de penitencia e renúncia por um bem maior. Por exemplo, livrar-se de um defeito ou um vício.

8. A caridade para com o nosso próximo

O verdadeiro amor ao próximo nos torna mais semelhante a Nosso Senhor Jesus Cristo. E o bom exemplo é o principal meio de praticá-lo.

9. Fazer pequenos atos de humildade

Toda pessoa tem tendência para a soberba, para exagerar as suas qualidades perante os outros. A humildade é a virtude que leva a pessoa a não se comparar com os outros e reconhecer, sem cobiça, os autênticos predicados daqueles que a rodeiam, tributando-lhes a atenção e as honras proporcionadas.

10. Exame de consciência diário

Através do exame de si próprio é possível o conhecimento daquilo que anima e dá contentamento na prática do bem, assim como o conhecimento dos defeitos e dos vícios que impelem à sensualidade, ao amor egoístico (mania de se considerar como centro das atenções). É importante terminar o exame de consciência com um pequeno ato de contrição pedindo a Deus o seu perdão e sua misericórdia pelas faltas que cometidas ao longo do dia.

Ato de Contrição

Ó meu Deus, eu vos agradeço todos os favores que me concedestes. Perdoai minhas infidelidades. Tende Piedade de Mim, sou pecador. Quero fazer todo o esforço de não mais pecar e amar-Vos com um fervor sempre crescente. Essa graça eu Vo-la peço por intermédio de Maria Santíssima, Vossa e nossa Mãe. Amém.

Fonte: Confraria dos Penitentes de S. João Batista